Quem conta a nossas histórias quando perdemos nossos pais?
“Quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, este fica preso para sempre.” -Gabriel García Márquez-
Para ler ouvindo:
Papo pesado para uma segunda-feira, mas vira e mexe me pego pensando nisso.
Perdi a minha mãe há 6 anos, tenho um filha de 8 anos e conforme ela vai crescendo e mostrando a sua personalidade eu fico imaginando se somos parecidas, se eu tinha comportamentos parecidos, admito que muitas vezes me reconheço nas atitudes dela, mas tem um outro lado nessa história que adoraria saber que é o da minha mãe.
Será que as preocupações e dúvidas que eu tenho são parecidas com as que eu a fazia sentir? O que eu falava nessa idade? Como eu me comportava? Como eu agia em familia e entre amigos?
Eu queria ter histórias minhas na idade da minha filha para poder contar para ela, eu sinto que isso nos aproximaria tanto (nós somos grudadas, mas acho que teríamos mais um elo especial, sei lá).
Pode parecer bem estranho, mas entre todas as consequências terríveis de perder a mãe, o peso das minhas historias e memórias terem sido enterradas com ela me pega de jeito.
Depois da morte dos pais, a vida muda muito. Enfrentar a orfandade, inclusive para pessoas adultas, é uma experiência surpreendente. No fundo de todas as pessoas sempre continua vivendo aquela criança que pode correr para a mãe ou o pai para se sentir protegido. Mas quando eles vão embora, essa opção desaparece para sempre.
“Quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, este fica preso para sempre.” - Gabriel García Márquez
Não apenas é o corpo que se vai, e sim todo um universo. Um mundo feito de palavras, de carinhos, de gestos. Inclusive, de repetidos conselhos que às vezes irritavam um pouco e de “manias” que nos faziam sorrir ou esfregar a cabeça porque os reconhecemos nelas. Agora começam a se fazer sentir ausentes de uma forma difícil de lidar. A morte não avisa. Pode ser presumida, mas nunca anuncia exatamente quando irá chegar. Tudo se sintetiza em um instante e esse instante é categórico e determinante: irreversível. Tantas experiências vividas ao lado deles, boas e ruins, se estremecem de repente e ficam somente em lembranças.
Os pais são o primeiro amor. Não importa quantos conflitos ou diferenças tenham existido com eles: são seres únicos e insubstituíveis no mundo emocional. Mesmo sendo autônomos e independentes, mesmo que o nosso relacionamento com eles tenha sido tortuoso. Quando já não estão, passa a existir uma sensação de “nunca mais” para uma forma de proteção e de apoio que, de uma forma ou de outra, sempre esteve ali.
É importante ter consciência de que os pais não estarão ali para sempre. De que são, genética e psicologicamente, a realidade que nos deu origem. Que são únicos e que a vida mudará para sempre quando partirem.
A importância de documentar a sua vida. Um video (em inglês) sobre como é legal construir essas memórias.
Definitivamente, esse é um vídeo que traz alegria. 💃🕺
O podcast collor vs collor é viciante
O “short film” da irmã mais velha que só queria fazer seu TikTok em paz, mas a irmã mais nova cortou a própria franja. É o retrato perfeito do que é ter irmãos. É entretenimento puro. É arte. [link]
O vídeo do casal que se conheceu em frente às câmeras, como parte de um programa de TV, e se apaixonou ali - na frente de todo mundo. Spoiler: casaram e estão juntos até hoje. [link]
Vem aí não uma, não duas, mas cinco séries italianas na Netflix.
Tem uma ativação imersiva da série “Only Murders In the Building” em um teatro de Nova York.
Obrigada por acompanhar. Vamos bater papo nos comentários? Vocês também tem essas questões filosóficas difíceis de lidar?