I Didn't Know I Was Looking For Love
É preciso muita autodisciplina para encarar uma dose de desconforto no seu dia, todos os dias.
Para ouvir antes ou enquanto faz a leitura:
Semana passada eu fiz um post no
(comunidade extraordinária a qual eu pago feliz da vida e participo ativamente) sobre um pânico grande que desenvolvi, dizia assim:[RESOLVER PENDÊNCIAS PÓS TRAUMA]
Minha mãe faleceu em decorrência de um câncer de mama há 6 anos e desde então eu fugi dos ginecologistas, um erro grotesco eu sei, mas não conseguia ir, ou quando ia não fazia os exames necessários como mamografia, fazia apenas os de sangue.
Mas queria dividir com vcs que após o diagnóstico de TAG, pânico e fobia social, de fazer terapia e passar no psiquiatra, entrar para a HABRA me ajudou em mais essa e eu estou resolvendo todas as minhas pendências de saúde: saí agora da consulta e já estou com os exames marcados para segunda-feira!!
Na foto, eu e minha médica linda, paciente e muito humana que além de gineco é mastologista também!
Me surpreendi com a quantidade de pessoas que sente um pânico parecido, confesso que muitas vezes me achei fraca por não conseguir ter forças de cuidar de mim e depois do meu desabafo me fortaleci mais.
A caminho do laboratório para a tão temida mamografia ouvi a música que abre a Newsletter de hoje e (como o universo sempre nos manda sinais) tive o insight de que eu não sabia que estava procurando o amor, mas não o amor romântico, o amor próprio mesmo.
Quando comecei a terapia (cognitivo comportamental) no início desse ano, eu descobri a palavra desamor, minha crença central.
Todas as pessoas podem desenvolver crenças centrais. E todas também podem evoluir emocionalmente e superar todas as barreiras pelo caminho.
Formadas desde o nascimento e alimentadas com o passar dos anos, as crenças centrais são influenciadas por fatores genéticos, temperamentais e ambientais. A tríade é composta pelo desamor, desvalor e desamparo. Dentro deste universo, identificar os sinais de tais crenças é fundamental para vencer os medos e gerenciar as próprias emoções.
Desamor: dentro desta crença central, o indivíduo se sente inadequado, não confiando que possa ser amado.
Na crença de DESAMOR a pessoa tem a certeza (irracional/inconsciente) de que será rejeitada.
No meu caso eu sempre acabava pensando:
-será falei demais durante o jantar?
-será que bebi demais?
-não vou postar isso porque ninguém quer saber
-não vou dar a minha opinião nessa aula
-que eu era a culpada por alguém estar de mau humor
-que, em qualquer situação, as pessoas comentavam coisas ruins sobre mim
-que eu não estava bem vestida
-que eu não me comunicava bem
-nunca descansava pois me sentia preguiçosa, folgada
Com ideias desse tipo na mente, a pessoa vai criando ESTRATÉGIAS COMPENSATÓRIAS para lidar com o sofrimento que a crença causa quando é ativada nas relações sociais, ocupacionais, familiares e amorosas. Tais estratégias podem ser desadaptativas trazendo desajustes emocionais.
EXEMPLOS:
Crença central: sou inadequado
Estratégia: É melhor eu depender dos outros.
Crença central: Sou insignificante
Estratégia: É melhor eu me isolar, evitar aproximação.
Crença central: sou vulnerável
Estratégia: Agir com firmeza, dominar, evitar qualquer possibilidade de ser prejudicado.
As crenças centrais são conteúdos dos esquemas cognitivos mal adaptativos e agem como uma lente que afeta a PERCEPÇÃO, isto é, a pessoa passa a ver a situação apenas de um ponto de vista (equivocado, distorcido, exagerado).
Tudo isso para dizer que com a terapia, psiquiatra e aproximação com pessoas focadas em bem estar e longevidade eu comecei a encontrar o amor, acreditar mais em mim, me amo a ponto de tomar coragem de fazer meus exames que remetem tanto ao trauma do que vivi com a minha mãe, consigo falar mais “nãos” e mais “sims” também e, segundo meu psiquiatra, descobri o prazer. É louco realizar tudo isso e mais louco ainda é uma palavra [desamor] conseguir mudar tanto a minha visão sobre a vida. Me sinto mais leve, aprendi a descansar, aproveitar os momentos e cuidar de verdade de mim. Hoje a rotina certinha não faz mais os meus olhos brilharem, eu não preciso mais me encher de cursos e trabalhos para distrair meus pensamentos, de vez em quando até tiro um cochilo a tarde, tenho tido momentos incríveis e memoráveis com a minha filha, marido, amigos e familiares, voltei a dançar, faço pilates, caminho no parque, trabalho com muito mais leveza e rapidez, fiz amizades ótimas com as mães da turma da escola nova da Helena (minha filha) e no fim de semana fui em um encontro de um grupo fechado do qual faço parte para um café da manhã sozinha onde não conhecia ninguém!
Meu diagnóstico médico e psicológico em abril de 2023 foi:
-TDAH
-TAG (estava tão alta que eu estava em sofrimento)
-PÂNICO
-FOBIA SOCIAL
-um pouco de DEPRESSÃO
Refiz os testes esse mês e parece que sou outra pessoa, a ANSIEDADE está bem controlada, o TDAH está muito ameno (era a ansiedade que o engolia), zero episódios de pânico, pouquíssima fobia social e adeus depressão (que era uma consequência da ansiedade também).
Termino meu texto sentada no laboratório logo após conseguir fazer a primeira mamografia da minha vida e com a certeza de que eu encontrei o amor!
Armarinhos (as miçangas preciosas da internet, dicas e agenda)
Terminei de assistir As Pequenas Coisas da Vida uma série doce e amarga como a vida tem de ser. A série é movida pela dor da protagonista ao longo dos anos, e como isso a impactou por toda sua vida. E a história não fica presa apenas no fracasso. Embora não mostre claramente, ou culmine em um final feliz, ela mostra como a superação é importante.
And Just Like That, one more season…
E acabou- se a segunda temporada de And Just like that... E fiquei super feliz ao saber que a terceira temporada já foi confirmada. Achei que que na segunda temporada as new yorkers encontraram o tom e estavam muito mais confortáveis nessa nova realidade e fase de vida – sem contar que foi a série mais assistida das Max Originals. Que venha a terceira temporada!
Leitura importante para a semana: “O poder do descanso para a criação”.
Novo programa de tradução multilingue IA da Meta.
Plug-in pro Chrome que te dá os principais insights e a transcrição do vídeo todinho do Youtube.
E a Charlize Theron disse que não vai mais ganhar 20kg para fazer um filme, porque seu corpo não volta ao normal. Te entendo, Charlize.
Anda perdido e não sabe o que ver no segundo semestre? Não tema! Aqui tem uma lista de 46 lançamentos para você prestar atenção de agora até dezembro.
Vem aí a turnê dos 25 anos de “The Miseducation of Lauryn Hill”, clássico disco de Lauryn Hill.
Aliás, Lauryn Hill vai se apresentar no Global Festival 2023, em setembro, no Central Park, ao lado de Red Hot Chili Peppers, Megan Thee Stallion e…..Anitta.
E parece que Beyoncé não vai mais atender o “please come to Brazil”. Ou será que vai?
Al Green interpretando “Perfect Day”, de Lou Reed. Para deixar o seu dia…..perfeito:
For Creators, Everything Is for Sale - artigo do New York Times : o artigo trata sobre a economia da atenção e a possibilidade de monetização dos conteúdos. Como nem tudo são flores, o artigo também falo do esgotamento de alguns criadores.
Primeiro o teste definitivo pra saber se você é Gen Z ou Millennial (só porque eu ri muito das opções de resposta).
Only Murders In The Building: repetindo uma indicação que já apareceu muitas vezes no meu Instagram, porque estreou a terceira temporada e a série continua maravilhosamente gostosa de assistir. Pra quem ama crimezinho a la Agatha Christie, com um toque de humor e um ótimo roteiro.
LIVROS
Se você olhou a capa e também pensou que seria uma leitura leve eu já te conto que esse pensamento é uma grande ilusão, kkkk!
A Biblioteca da Meia-Noite é um soco no estômago para desavisados, mas também um lembrete do real sentido da vida que acontece através da busca por propósito de Nora Seed.
Quem nunca pensou como seria a vida se tivesse feito uma escolha diferente no passado?
É com o apagar de cada linha do Livro dos Arrependimentos de
Nora que o despertar sobre nossa própria vida acontece.
Cada oportunidade que Nora enxerga de uma vida melhor através de um livro dessa biblioteca, é também uma oportunidade de mostrar que seus arrependimentos não faziam sentido. E assim, aos poucos, o Livro dos Arrependimentos vai se apagando, junto com as angústias de Nora.
Sempre imaginamos apenas o lado bom quando pensamos nas nossas "vidas" que nunca serão vividas, e assim elas acabem se tornando totalmente irreais e fantasiosas. É fácil lamentar as vidas que não estamos vivendo.
A história de Nora termina com uma lição, e o autor traz algumas reflexões:
⁃ Nunca subestime a grande importância das pequenas coisas;
⁃ Não é aquilo para o que você olhar que importa, mas o que você vê:
⁃ Você não precisa entender a vida. Precisa apenas vivê-la.
É impossível parar. A gente sente a dor da escrita da Mariana Carrara, mas também a vida, que é isso, que é imensa, difícil, alegre, pouca, tanto tanto.
É como levar uma bofetada na cara e amar cada segundo daquilo.
Incrivelmente honesto, narrativa exigente do tipo e se eu ficar acordada mais um pouquinho se eu forçar os olhos a ficarem abertos por mais 15 minutinhos pra poder ler, pra saber o que vêm depois dessa facada?
A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha (Companhia das Letras, 2016), é um romance sobre a invisibilidade feminina, especialmente a das mulheres brancas de classe média do Rio de Janeiro dos anos 1940. É daqueles livros que, tendo oportunidade, lemos em uma única sentada, de tão gostosa — e dinâmica —, é a sua prosa.
O melhor livro que li esse ano!
Outlive
Ainda não comecei a ler, mas já comprei a versão brasileira no Kindle.
Peter Attia é um médico canadense-americano, conhecido por sua experiência médica que se concentra na ciência da longevidade.
Sim, honestamente, todo mundo quer saber mais sobre longevidade. Queremos viver mais e viver melhor. A Medicina 3.0 consiste em 5 domínios amplos.
1. Exercício
2. Nutrição
3. Sono
4. Saúde emocional
5. Módulos exógenos (medicamentos, hormônios ou suplementos)
Nosso objetivo é viver mais tempo sem doenças. O autor sugere treinar o nosso “Core” para melhorar a nossa estabilidade, principalmente dos idosos, para prevenir quedas. Um livro ideal para descobrir mais novas táticas e ideias para melhorar nossa qualidade de vida.
Como entender seu passado pode abrir caminhos para o seu futuro. Poderosos insights científicos e emocionais sobre os padrões de comportamento que lutamos para compreender.
Primeiro lugar na lista de mais vendidos do The New York Times. Este livro vai mudar a sua maneira de ver a vida
Quantas vezes você já se perguntou "Por que fiz isso?" ou "O que há de errado comigo?". Quando se trata de emoções, é comum sentir culpa ou criar expectativas impossíveis de alcançar. Para Oprah Winfrey e o psiquiatra e neurocientista
Bruce Perry, é preciso mudar a forma de ver a vida, focando em compreender as pessoas, os comportamentos e a nós mesmos. Esta mudança de perspectiva começa com uma pergunta diferente, mais O que aconteceu com você?" Em conversas profundas e tocantes, os dois exploram como os traumas de infância moldam o cérebro infantil e determinam o comportamento na idade adulta. Dr. Perry recorre às mais recentes descobertas da neurociência para explicar como a criança que fomos está na origem de más escolhas e de sofrimentos que nem sempre conseguimos explicar. Oprah resgata histórias pessoais de medo e angústia e fala da vulnerabilidade que vem dessas experiências. Entender o passado é a chave para um futuro melhor, abrindo a porta para a resiliência e a cura. Oprah e Dr. Perry oferecem instrumentos para romper o circuito da dor emocional e preencher nossa vida com bem-estar e sabedoria.
Que texto profundo e bonito! Parabéns pela news ✨ (acredito muito que a escrita também ajuda a curar feridas que nem sabemos que temos)
Ly que texto lindo! E quantas dicas incríveis em um texto! Parabéns! Seu lugar é aqui 💜